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Quando os meninos são crianças, frequentemente ouvem dos pais frases como “homem de verdade não chora”, “se apanhar, precisa revidar à altura” e muitas outras que os estimulam a não demonstrar emoções e fragilidades. Esse pensamento os acompanha até a vida adulta, quando pedir ajuda diante de questões ligadas à saúde física e/ou mental é encarado como sinal de vulnerabilidade.

No caso do câncer de próstata – a segunda causa de morte por tumores no sexo masculino –, um dos principais exames que facilitam a descoberta da doença só surgiu em 1994. Falo da dosagem de PSA no sangue, que, juntamente com o exame de toque retal, permite o diagnóstico precoce do quadro.

Só que, entre os homens, há uma falta de tradição em relação à busca por esses procedimentos. Ela se soma um pouco com o medo e uma falsa percepção de imunidade às doenças. É como se eles acreditassem numa espécie de mito do “super-homem”.

Esse mito afeta diretamente a vida desses indivíduos em diversos aspectos. Uma consequência desse descuido é que, segundo dados do IBGE, as mulheres vivem cerca de sete anos a mais que eles.

Antonio Carlos Pompeo, urologista
15 Julho, 2021

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